Prof. Dr. Pedro Paulo Scandiuzzi
Possui graduação em Licenciatura Em Matemática pela UNESP (1973) , especialização em em Educação Matemática pela Faculdade de Filosofica Ciências e Letras de Votuporanga (1974) , mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (1997) , doutorado em Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2000) e aperfeicoamento em em Matemática pela Faculdade de Filosofica Ciências e Letras de Votuporanga (1975) . Atualmente é assistente doutor da UNESP. Tem experiência na área de Educação , com ênfase em Tópicos Específicos de Educação. Atuando principalmente nos seguintes temas: Educação Indígena, Educação Matemática, Educação, Etnomatemática
As leituras da dissertação, tese e alguns artigos do professor Dr. Pedro Paulo Scandiuzzi permitiram ampliar o meu conhecimento com relação a etnomatemática, refletir sobre a minha prática e sobre a escola. Aproveito este espaço para destacar alguns trechos e registrar meus questionamentos.
A etnomatemática encontra muitas barrreiras nas escolas, pois tudo que é novo “assusta” então é melhor ignorar. Acredito que quando os professores de matemática perceberem a riqueza da etnomatemática teremos uma nova educação matemática.
Scandiuzzi(1997) foi em busca de respostas para seus questionamentos e foi a universidade para escrever de modo acadêmico, os resultados obtidos.
E nós educadores matemáticos, o que estamos fazendo? Paramos para pensar na nossa prática? Fazemos questionamentos, ou aceitamos tudo o que é imposto?
Segundo Scandiuzzi(1997) precisamos valorizar a capacidade que o ser humano tem de observar, relacionar, classificar, nomear, diferenciar, transmitir, explicar, compreender, interpretar, contar, selecionar, entre outros, no meio social, histórico e cultural que lhe é próprio – conhecimento matemático. As pessoas desenvolvem suas potencialidades no contato diário, e este é dinâmico e desafiador e que cabe ao educador ajudar as pessoas para que os choques culturais provenientes não sejam tão brutais e assimétricos.
Scandiuzzi(1997)afirma que os povos indígenas tem muito a nos ensinar. A matemática está em construção e depende da realidade de cada indivíduo e de seu meio para que seu aprendizado desenvolva.
Scandiuzzi (2000) destaca que para se estabelecer um diálogo com novas culturas, é preciso respeito, solidariedade e cooperação. Não se deve fazer a escola entrar na educação indígena, mas sim conseguir que a educação indígena entre na escola e nela permaneça. Os povos indígenas possuem e sempre possuíram suas próprias pedagogias. Precisamos olhar para o indivíduo integral, pois segundo Scandiuzzi(2009) educar matematicamente é desenvolver no diálogo simétrico formas de um diálogo franco, aberto, que exigirá do educador e do educando um crescer no conhecimento da arte ou da técnica de explicar, de compreender, de entender, de interpretar, de relacionar, de manejar e lidar com o entorno sociocultural, para se estabelecer um diálogo com novas culturas, é preciso respeito, solidariedade e cooperação.Respeito as diferenças dos povos indígenas. Não se deve fazer a escola entrar na educação indígena, mas sim conseguir que a educação indígena entre na escola e nela permaneça. Os povos indígenas possuem e sempre possuíram suas próprias pedagogias. E nossos alunos estão trazendo contribuições para as aulas? Ou estamos sufocando-os?
Scandiuzzi (2009) mostra na sua pesquisa que as crianças indígenas aprendem desde cedo a observar os mais velhos. Prestar atenção é uma das características básicas do aprendiz na educação indígena. A observação constante faz parte da vida diária. E assim envolve todas as disciplinas que são necessárias ao saber curioso e atento daquele que quer aprender. Nossos alunos são curiosos? Prestam atenção na aula? Observam a matemática no dia-a-dia?
Para acontecer de fato o saber/fazer assim como as crianças nossos alunos precisam ser atentos e curiosos. Assim o professor não é mais aquele que detém o saber, o poder, o conhecimento. Segundo o autor o professor é uma pessoa que interage com um grupo que detém um saber diferenciado do dele, e através do diálogo, o conhecimento é produzido nas duas direções, educando livre para escolher o seu caminho, dentro das curiosidades e desejos que o façam ir a busca de mais conhecimentos.
Scandiuzzi(1997), o educador prepara seus educandos não para a reprodução e sim para que o aluno caminhe sozinho e se desenvolva de fato. O Professor precisa aproveitar as relações matemáticas que estão presentes no cotidiano e deve excluir toda auto-suficiência, dialogar com igualdade, aceitar a diferença e a alteridade, deixar que seja o outro que se defina aceitando a autoleitura a partir da própria identidade.
Segundo Scandiuzzi (2000) a sugestão do programa etnomatemático, é aceitar a pluralidade cultural e o direito de manejar, de maneira autônoma, os recursos de sua cultura, permitindo assim que os povos indígenas decidam seu futuro de acordo com os seus interesses e suas aspirações. O pesquisador estuda a matemática do grupo sem interferir no seu conteúdo.
O programa da etnomatemática reconhece, aceita e valoriza os diversos grupos culturalmente diferenciados que se relacionam transculturalmente.
Scandiuzzi(2005) observou que as crianças indígenas aprendem desde cedo a observar os mais velhos e prestar atenção é uma das características básicas do aprendiz na educação indígena. E assim envolve todas as disciplinas que são necessárias ao saber curioso e atento daquele que quer aprender. Sendo assim o professor não é mais aquele que detém o saber, o poder, o conhecimento. Ele é uma pessoa que interage com um grupo que detém um saber diferenciado do dele, e através do diálogo, o conhecimento é produzido nas duas direções. Educando livre para escolher o seu caminho, dentro das curiosidades e desejos que o façam ir a busca de mais conhecimentos. Educar matematicamente será desenvolver, neste diálogo simétrico, formas de um diálogo franco, aberto, que exigirá do educador e do educando um crescer no conhecimento da arte ou técnica de explicar, de compreender, de entender, de interpretar, de relacionar, de manejar e lidar com o entorno sociocultural.
Considerações Finais
A etnomatemática é um “tesouro” da Educação Matemática, o qual está aos poucos sendo descoberto pelos educadores.
Ao ler a dissertação, a tese e os artigos do professor doutor Scandiuzzi, percebi a grandiosidade desse tema e só posso afirmar que se nós educadores queremos realmente que nossos alunos sejam atentos, curiosos nas aulas de matemática precisamos estudar a etnomatemática e assim envolvê-la nas nossas aulas. Diante dessas minhas novas descobertas não encontrei críticas negativas e durante o texto destaquei os pontos positivos que me chamaram a atenção e me fizeram a refletir sobre a minha prática durante todo a leitura.
(Mestranda Maria Angela de O. OLiveira- Unesp-Rio Claro )
Referências:
BICUDO, M.A.V. BORBA, M. C. (orgs) Educação Matemática: pesquisa em movimento. São Paulo, Cortez, 2005.
SCANDIUZZI, P.P. A dinâmica da contagem de Lahatua Otomo e suas implicações educacionais: uma pesquisa em etnomatemática. Dissertação de Mestrado. Unicamp. Faculdade de Educação. 1997
SCANDIUZZI, P.P. Educação Indígena x Educação Escolar Indígena: Uma Relação Etnocida em uma Pesquisa Etnomatemática. Tese de Doutorado. UNESP, 2000
SCANDIUZZI, PP. Etnomatemática. Revista Educação. AnoXXV, Nº 47. p.127-138.junho2002. Porto Alegre.
SCANDIUZZI, P.P. Educação Indígena x Educação Escolar Indígena: Uma Relação Etnocida em uma Pesquisa Etnomatemática. São Paulo. Editora UNESP, 2009